domingo, 22 de setembro de 2019


Muito tenho pra contar
Muito tenho pra contar
E lhe dizer sem nenhum medo
Meus pensamentos a voar
Pode ser em qualquer tempo.

Só queria lhe dizer
Do meu amor por você
Que no fundo do meu ser
Bate como algo doce.

São palavras como mel
No paladar do seu amor
A te elevar lá no céu
E a escrevê-las com sabor.

Não há nada tão melhor
Do que vir a sonhar
Com o amor em ti brilhar,
Que de tudo e de todo é o maior.

Só queria lhe dizer
Que no fundo do meu ser
Bate como algo doce
O meu amor por você.
                                                                                                                      19/08/19
Pelo aniversário da minha querida esposa Selma

terça-feira, 26 de março de 2019


Chuva de amor


Mesmo que na Terra venhas a sofrer pelos males da própria terra,
Ainda que às vezes se depare com a tristeza profunda do teu ser,
Também o desespero de mais um dia se fixar na dor! Quem dera?
Além disso, a mente não suportar a luta que não quer mais ver,

E vier a noite sem se pôr o dia de sofrimento de horas que não passam,
Não só, o cansaço da mente e do corpo que já cansados não descansam,
Aliás, concorrem em intensidade de dor de descontentamento,
Tão vasto como o abismo da depressão de mais aprofundamento.

Por causa de males que um dia foram piores e agora só diferem,
Porque a vida avançou, mas não se esqueceu de somar seus enganos,
Que muitos foram marcados pelos dias de angústias e esperas,
Já que tantos se foram estando presentes por dias ou anos.

Todavia há um movimento nos céus que despejam chuvas de amor,
Embora não para muitos, mas para poucos, aos poucos, que pouco tem,
São gotas de misericórdia e esperança num abraço do Senhor,
Logo a contemplar a tua vida com toda a graça e ela sempre vem.

Por conseguinte, o fio da ideia se mantém vivo e pulsante,
Consequentemente, se transforma em poucas alegrias, mas fortes,
Portanto, a vida se resumida; se querida é constante,
Pois, o amor de Deus sempre suplanta a morte.


Soneto da Viola

Toquei a Suíte em bom Sol ao meu coração grave,
Alegres sons nas cordas dó, ré, lá da clave,
Bendita és Viola D'amore e quão dor!
Sempre se eleva em nós sem nenhum pouco dolo.

Afina o bom quarteto as tão mui doces almas,
Ecoa fenotexto o sopro gentil e alvo,
A tocar belas notas em rápidos riffs,
Ouvir muitos acordes foi bem o que fiz.

Sonatas Formas têm voz dos céus que ouvi,
Soam e nos chamam - Vem! É tom que senti.
São violas além do tino de alguém,

Cordas bem a cantar e a seguir um viés,
Vê! Viola Bastarda, virtuosa és,
Desamparas outrem? Não! Nem a mais ninguém.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019


CONTO DE VIDA

Noite fria e escura de junho. Edgar estava em casa perambulando sem direção e sem sentido entre uma xícara e outra de café. A solidão invadia seus pensamentos. A alma pedia socorro, mergulhada em momentos de fadiga e em um ritmo quase de morte. Tocou Piaf, “Non, Je Ne Regrete Rien” e percebeu que de nada se arrependia, sua voz parecia se coadunar com a alma dele tentando vencer a si mesma, ouvia, ouvia e ouvia sem parar. De repente a atenção se volta aos versos “Ni le bien qu'on ma fait”, “Ni le mal - tout ça m'est bien égal!”- Nem o bem que me fizeram, Nem o mal - isso tudo tanto faz!
A música e a voz não concordavam com a letra em seus sentimentos. O mal que lhe fizeram havia despertado a genética doentia que o perseguia desde o acontecido.
Como um peregrino sempre partia de uma cidade à outra, talvez partisse de si mesmo, assim, de uma cidade qualquer do interior do Brasil, ao Rio de Janeiro chegou. Na Rua do Ouvidor parou no Café Baroni, parecia estar lá seu destino, sentiu-se bem. Imaginou quantas não foram os personagens que ali passaram nos últimos cem anos. Era sonho de menino estar ali. Naquela hora ele viveu um momento de euforia marcante, que no futuro lhe custaria muito dinheiro. Em meio ao sonho recordou-se do fato, mas já não triste, então, despertou-se com os versos de Piaf – nem o bem que me fizeram, Nem o mal – isso tudo tanto faz! Não queria partir dali, porque ele mesmo estava além de si, seu delírio era constante e envolvente, não havia mais tempo passado.
Uma página da vida havia sido rasgada e de um salto pulou para outro capítulo. Viveu meses a conhecer a hospitalidade carioca e a pagar a euforia com todos os Reais que lhe restavam. Partiu.
Chegou a algum lugar. E as lembranças do passado voltaram a atormentar sua mente confusa, regada pela depressão, que lhe afogava. Os versos de Piaf já não condiziam com a tristeza que sentia. Não havia mais sonho. O corpo tremia, a mente divagava. Procurou um especialista nestas questões. Após longas conversas ou entrevistas, não se sabe, vieram duas notícias. A primeira revelava um traço da genética doentia a qual não tinha culpa, porém não quis admiti-la e não havia cura. A segunda é que havia tratamento estabilizando-a, entre a depressão e a euforia, com uma pitada a mais para a depressão, segundo o doutor, para discernir melhor as coisas, a ponto de não gastar mais Reais e nem viajar para outras plagas e veja que em sua euforia reservara a América Latina, contudo as moedas lhe faltaram.  Antigamente seu remédio era algum destino, alguém, um chocolate ou um café. Passou então, a inebriar-se com remédios controlados prendendo-se aos sentidos em sonos profundos e calmantes. Os sonhos antigos pareciam reais e depois os reais pareceram sonhos.
Os tempos futuros foram de guerra consigo mesmo e com o legado da genética. Resolveu ganhar batalha após batalha. Caminhou pela solidão interior, vasta e indecifrável. Em meio às melhoras ocasionais resolveu estudar Espanhol, sem saber que essa matéria o ajudaria no processo de reabilitação. Contudo fazia visitas de tempos em tempos ao amigo doutor a matar saudades dos tempos de outrora. Grandes momentos...
Interessante que no passado a primeira frase em Espanhol que aprendeu foi –“Qué Dios te bendiga!” Não sabia que ela seria o passaporte à felicidade vindoura.
Familiares lhe convidaram para morar em um lugarejo no Litoral de São Paulo. Lá viu o Oceano e a vastidão do seu ser. O sol brilhava fora e dentro dele. A bicicleta era o seu veiculo por entre as areias da praia. As refeições lhe deram viço e de galho passou à árvore. Nesse lugar continuou a dedicar-se aos estudos de idiomas, a conhecer novas pessoas. Aprendeu a ler a Bíblia com uma revelação que jamais esperou conhecer.
Em um desses meses de outubro foi a um congresso e um milagre aconteceu. Majestosa, bela, enigmática de voz firme e envolvente surgiu a bela Rosa chamada Thereza. Conheceram-se e um ano depois em dezembro se casaram, após uma vasta entrevista sobre o seu passado, que não mais existia.
Lembrou-se novamente dos versos de Piaf - Nem o bem que me fizeram, Nem o mal - isso tudo tanto faz!


quarta-feira, 9 de janeiro de 2019


Bianca



Com um olhar amendoado de pupilas negras
Cresceu a menina de cabelos lisos e ar altivo,
O falar e o pensar compassivos toda gente vê,
Ternura expressa numa alma bonita que dá alívio.

Pura emoção e sentimentos de amor a dominam,
Tão vastos dentro do seu ser a prender suas palavras,
A pedir para sair do seu âmago, há contido um grito,
Forte e voraz permanece demasiadamente calado.

A Beleza da sua pessoa ressurge da benfazeja alma,
Suas palavras são eternos versos de amor,
E que com brilho traduz a vida, a cálida calma,
E transpassa serena a lida, ou vida, mesmo com dor.

Seus pensamentos flutuam pela imaginação de si,
A contemplar um futuro muito nobre e presente,
Pois sua alma é justa, boa, sincera e deveras sensível,
E o que faz toda gente feliz é que ela está sempre contente.


Com carinho dedico este poema  a minha filha Bianca por ocasião do seu aniversário.

domingo, 6 de janeiro de 2019


A flor do Cristal

De repente...
Corre a seiva num caule esguio,
Em sua plenitude contempla as folhas,
Deságua a Beleza em pétalas ardentes.

Num instante,
O tempo disfarçado na marcação das horas,
Invade preciso o espaço do ser
E a vida se contempla vibrante.

Ao acaso,
Uma torre de cristal reluzente,
Abriga as feridas dos espinhos arrancados,
Por onde a seiva cicatrizante para.

Então, um ponto.
Rubro, carnudo, resplandece.
Sem tempo, nem invento.
Apenas cresce.

Não há torre no mundo
Maior que sua Beleza,
Nem há sonho no homem
Mais Belo que uma rosa.

Poema ganhador em 1º lugar no Concurso de Poesias da Academia de Letras de Araçatuba 2018


Velhos Tempos

Vejo a chuva, ela me traz o tempo,
Cada folha revolta pelo vento
Traz-me o pensamento da vida,
Às vezes felicidade, outrora tormentos.

A chuva cai na calçada,
Acelera cada vez mais,
Vêm ramos, lixo e tristeza,
Também falta de perdão, avareza.

Ouço as gotas que caem,
São tantas! E sempre, se renovam,
Purificam as emoções e vem
Um contentamento, uma viagem...

A chuva cai das nuvens que passam,
Correm pelas ruas sem tristeza,
E choram de felicidade, tão vasta,
Dentro da alma da gente.

sábado, 29 de dezembro de 2018


Caminho

Não vejo mais o balançar das folhas,
Sinto uma dureza profunda
Entronizada e devastadora no meu ser.
O descaso do acaso que me arrebatou.

Vejo o frio desbastando o meu viver,
Afastei-me dos ventos do Espírito
E vivo a névoa da escuridão,
A profundidade do vazio em mim,

O castigo imposto, severo, sem sossego,
Agora não mais me enche o Espírito,
Ainda que meus versos estejam arrebatados
Adorando ao Senhor e Ele é justo!

Ainda que os ventos do Espirito Santo
Não caminhe junto a cada passo,
Ainda que a oração me falte na boca,
Resta-me Jesus, meu amigo, meu Deus.


A luz da inspiração brilha na pena,
Rasga meu coração e ensanguentados,
Os versos falam, na folha alva da vida
Palavras que por vezes soam cantadas,

Iluminadas e carentes do Senhor
Querendo empreender uma viagem
À Sua Palavra;
À Sua Paz, ao Seu caminho.


Poema classificado no Concurso Literário Brasil: Poesis 2019 pela Vivara Editora.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018


Dia de vida

Se pudesse todos os dias,
Num simples balançar,
Tocar nas alegrias,
Viver esses dias que tanto falam,

Se pudesse todo o dia                 
Ouvir o vento nas folhas,
Revolver a areia fria
E transformá-la em castelo,

Se pudesse durante o dia
Skatear os olhos na praça,
Ouvir o riso de uma criança
E a paz me viesse. Que diria!

Se pudesse a cada dia,
Não lembrar apenas
De só um único dia,
Mas de centenas...